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Audiência discutiu problemas do Carnaval

Audiência discutiu problemas do Carnaval

Mais de 150 pessoas lotaram o plenário da Câmara na última segunda-feira, 26, para discutir “Qual é o Carnaval que cabe em Ouro Preto”. Esse foi o título da audiência pública proposta pelo vereador Flávio Andrade (PV) e que contou com a participação de representantes da secretaria de Cultura e Turismo, da Polícia Militar, da Liga das Escolas de Samba, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), das repúblicas estudantis e de artistas ouropretanos. “Das audiências todas que fizemos nesse mandato para discutir a situação do Carnaval foi seguramente a melhor”, avaliou Flávio Andrade. “Tivemos uma discussão madura e o sentimento geral foi de que o Carnaval cresceu muito, não cabe mais em Ouro Preto. Tem que ser revisto e essa revisão precisa se dar através do diálogo”, afirmou o vereador.

 

 

Superlotação e “Espaço Folia”

 

Dois temas dominaram o debate: o repasse de verbas da Prefeitura para o “Espaço Folia” – organizado na praça da Ufop pela empresa DM Produções nos anos de 2006 e 2007 – e as consequências da superlotação da cidade decorrente do Carnaval.

 

De acordo com o secretário de Cultura e Turismo, Gleiser Boroni, no ano que vem a Prefeitura não investirá recursos no “Espaço Folia”. “ A Prefeitura decidiu não repassar nenhum recurso para a DM ou qualquer outra empresa que venha a administrar o espaço folia. Vamos apoiar apenas institucionalmente”, explicou Boroni. “Nesse sentido vamos buscar valorizar o Carnaval de Ouro Preto”, completou o secretário.

 

Já a superlotação foi abordada por representantes do comércio e da Prefeitura. “Acreditamos que o Carnaval cresceu demais nos últimos três anos e está extrapolando a capacidade da cidade de administrá-lo. É muita gente, muitos veículos, que causam problemas de todas as ordens”, declarou o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Ouro Preto, Márcio Abdo, que atribui o aumento no número de foliões à divulgação excessiva do Carnaval ouropretano nas grandes capitais brasileiras.

 

O diretor do Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura, Mauro Lúcio dos Santos, relatou as dificuldades que sua equipe vem enfrentando nos últimos Carnavais. “Nosso grupo não é suficiente e vejo que essa carência atinge vários setores do serviço público. Temos feito milagre para tentar solucionar os problemas que, com o crescimento do Carnaval, aumentam a cada ano”, explicou.

 

Cultura local

 

Para os representantes de Escolas de Samba e Grupos culturais de Ouro Preto que participaram da audiência, o crescimento do Carnaval acontece em detrimento das manifestações carnavalescas próprias da cidade. “Hoje o Carnaval está tomado por blocos como os da Bahia. Nada contra, mas é preciso valorizar as escolas de samba, o Zé Pereira, o projeto Candongueiro, o matinê das crianças”, afirmou Cleonir de Souza, representante da Liga das Escolas de Samba de Ouro Preto.

 

 

Repúblicas

 

Durante a audiência a utilização comercial de repúblicas estudantis durante o Carnaval, que gerou polêmica e foi tema de uma audiência na Câmara este ano, também foi debatida. Segundo o assessor especial do reitor João Luís Martins, André Lana, a administração da Ufop se baseou na lei 11.481 de maio de 2007 para por fim às duvidas em relação à utilização dos imóveis. “Essa lei permite a cessão de imóveis da União a pessoas físicas e que os cessionários realizem festas e atividades afins para manter o imóvel e a cessão”, explicou. “Nesse sentido, a partir de 2008 as repúblicas vão poder solicitar um alvará provisório para fazer suas festas. Se a Prefeitura, em atividade fiscalizatória, verificar que ali há hospedagem, pode cobrar o ISS”, declarou o representante do reitor na audiência.

 

Força Tarefa

 

Ao final da audiência foi formada uma força-tarefa composta por representantes da Câmara, Prefeitura, Polícias Militar e Civil, Associação Comercial, Associação de Repúblicas Federais e Escolas de Samba. O grupo deve se reunir para discutir ações objetivas a serem adotadas nos próximos Carnavais. “O saldo da audiência foi muito positivo. Uma conversa desarmada em busca de uma coisa que seja boa para todo mundo”, afirmou o vereador Flávio Andrade (PV).

 

Foto: Mais de 150 pessoas lotaram o plenário na audiência pública

 

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