
A reunião foi conduzida pela vereadora Lílian França (PDT) e contou com a presença de lideranças femininas atuantes na área empreendedorismo, além da vice-prefeita Regina Braga e do vereador Kuruzu (PT).
De acordo com Lilian, o debate em relação à importância da mulher no mercado de trabalho e do empreendedorismo feminino é fundamental, tanto em termos sociais, como em termos econômicos. “No mercado de trabalho, o Brasil ocupa o 124º lugar de 142 países pesquisados quando o assunto é igualdade de salários. Há conquistas importantes das mulheres, mas estas, hoje, são apenas metade do mercado de trabalho”, ressaltou.
A discussão abordou a questão da importância das mulheres nas mais diversas esferas econômicas, dando destaque, no caso de Ouro Preto, para as atividades relacionadas ao turismo, em especial o turismo de base comunitária, onde várias mulheres exercem atividades comerciais, representando um enorme potencial para a economia local.
Cleide Aparecida de Jesus Nolasco, condutora de ecoturismo em Ouro Preto, confirmou o importante papel das mulheres no fomento da economia turística e ressaltou a falta de oportunidades para a capacitação feminina, uma vez que cada vez mais tem-se buscado qualificação fora do município. “Nós temos aqui a UFOP, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), e não temos aqui um treinamento, uma capacitação para essas pessoas trabalharem com o turismo de uma forma dentro do mercado, de uma forma exigente”, comentou.
A conversa também contou com a participação de representantes da Rede Mulheres de Vena, uma rede de mulheres empreendedoras que tem como propósito unir, apoiar, capacitar e fomentar negócios entre mulheres empreendedoras atuantes na cidade de Ouro Preto.
Uma das fundadoras do projeto, Lucimara Mendonça, falou a respeito do empreendedorismo feminino. “O empreendedorismo feminino é uma atividade solidária, são inúmeros desafios, inseguranças, dificuldades, dificuldades não só emocionais, mas de comportamentos e de técnicas. Então a Rede veio com esse intuito, de acolher, apoiar e acelerar essas mulheres. O empreendedorismo não é um luxo para a maioria de nós, mas uma alternativa de geração de renda”, evidenciou.
A vice-prefeita Regina Braga reforçou, também, que a audiência promoverá mais encontros, a fim de discutir novamente maiores possibilidades de inclusão feminina em novas esferas econômicas.
Regina frisou sobre a criação da “Casa de Amparo da Mulher Empreendedora”, instituição que atenderá as mulheres que desejarem empreender no município.
Encaminhamentos
A audiência resultou em 9 encaminhamentos, são eles:
1. Inserção do empreendedorismo no currículo escolar, principalmente do Ensino Médio.
2. Ações de empreendedorismo no ambiente de trabalho.
3. Apoiar e incentivar cursos de capacitação focados na área turística para as mulheres.
4. Criação de um Casa de Amparo à Mulher Trabalhadora, onde elas possam: acessar internet para cursos de qualificação e receber ajuda para elaboração de currículo.
5. Criar parceria com outras mulheres para criação de pequenos negócios, com assessoria dedicada.
6. Criação de uma parceria do poder público com o Sebrae, Aceop, Adop, Convention Bureau e Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) para cursos frequentes de capacitação de mulheres em Ouro Preto.
7. Levantamento da Secretaria de Indústria, Turismo e Comércio das principais deficiências em qualificação de mulheres no comércio de Ouro Preto.
8. Criação de uma feira multissetorial voltada para o empreendedorismo feminino, que aconteça uma vez por ano no calendário oficial da cidade.
9. Criação de uma feira municipal semanal ou com funcionamento fixo.