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Parque das Andorinhas e Ruínas do Morro da Queimada são tema de audiência

Parque das Andorinhas e Ruínas do Morro da Queimada são tema de audiência

Parque das Andorinhas e Ruínas do Morro da Queimada são tema de audiência

Parque das Andorinhas e Ruínas do Morro da Queimada são tema de audiência

“Implatação do parque vai estimular a permanência de turistas por mais tempo em Ouro Preto, além de estender os benefícios do turismo às regiões carentes” , avalia o presdiente da Câmara Municipal

Acontece nesta quinta-feira, 24, a audiência pública que vai tratar da criação do Parque Municipal da Cachoeira das Andorinhas e Ruínas do Morro da Queimada. A reunião, promovida pela Câmara Municipal, está marcada para as 19 h e deve reunir Prefeitura, Ministério Público, universidade, órgãos de preservação do patrimônio histórico, ONGs (organizações não governamentais) que atuam em Ouro Preto e comunidade local, na Casa de Retiro do Morro São João.

A área em questão corresponde ao antigo Arraial de Ouro Podre e abriga o Morro São João, onde acampou a bandeira de Antônio Dias. O parque tem o objetivo de promover a preservação de forma compatível aos interesses dos moradores, estabelecendo parâmetros concretos para a forma como isso será feito e trazendo desenvolvimento à região. “É indiscutível o potencial turístico do Morro da Queimada e da Cachoeira das Andorinhas. A implantação do parque vai estimular a permanência do turista por mais tempo em Ouro Preto, além de levar os benefícios do turismo às regiões mais carentes”, avalia o presidente da Câmara, vereador Wanderley Rossi Kuruzu (PT), autor do requerimento que deu origem à audiência.

Apesar de estar incluído na região tombada pelo Iphan, a falta de fiscalização, ao longo de décadas, possibilitou a grilagem e ocupação de parte desse território. Em 2001, uma audiência pública chamou a atenção para o problema. Na ocasião, um estudo apresentado pela Fundação Educativa de Ouro Preto (Feop) apontava a possibilidade de desaparecimento das ruínas históricas do Morro da Queimada em oito anos, caso a ocupação continuasse a acontecer naquele ritmo. Atualmente, 24 famílias ocupam a área considerada sítio arqueológico.

Na região da Cachoeira das Andorinhas, onde está a nascente do Rio das Velhas, um dos mais importantes de Minas Gerais, a ocupação desordenada representa uma ameaça aos mananciais d’água. A cada dia, aumenta a quantidade de lixo e esgoto doméstico lançados nas inúmeras nascentes que compõem essa bela paisagem, patrimônio natural de Ouro Preto.

Desenvolvimento Sustentável
Conforme o aluno da Univeridade Federal de Ouro Preto (Ufop) Juliano Ferreira, 31, que pesquisa a história do Morro da Queimada, a criação do parque deve ser concebida dentro da proposta de desenvolvimento sustentável. “Existem dois argumentos que tornam importante o parque. Um é de natureza histórica, baseado na preservação da memória. O outro, é um argumento prático, que visa a geração de recursos econômico”. Juliano, que mora no bairro, considera que o morador, atualmente visto como depredador, é na verdade o grande agente da preservação. “È preciso repensar as políticas voltadas à questão do patrimônio, uma vez que este deve existir em benefício das pessoas”.

Conheça a história

A sedição de 1720

-28 de julho de 1698 é a data atribuída á chegada da bandeira de Antônio dias na região que ficou conhecida como Arraial de Ouro Podre. É a partir deste local que se inicia o povoamento de Vila Rica.
-O Morro da Queimada, situado nesta área, foi propriedade do ex-mascate português Pascoal da Silva Guimarães, que enriqueceu com a exploração aurífera;
– Pascoal foi um dos líderes da sublevação de Vila Rica de 1720, ao lado do minerador Felipe dos Santos Freire;
– A revolta teve o objetivo de impedir que a Coroa implantasse as casas de fundição, fato que regulamentaria a cobrança de impostos na região das Minas. Os revoltosos consideravam injusto o valor pretendido para a taxação, 1/5 de todo ouro retirado;
-Sufocado o movimento pela ação das tropas do então governador da província, Conde de Assumar, Felipe dos Santos foi executado e esquartejado. Pascoal teve suas propriedades incendiadas e foi condenado ao degredo. Devido ao incêndio, o local ficou conhecido como Morro da Queimada.

Legenda:
Foto Superior: 24 famílias ocupam hoje a área das ruínas
Foto Inferior: Cachoeira da Andorinhas e entorno sofrem com a ocupação desordenada

Publicado por: Assessoria de Comunicação em 24/02/2005

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