
Os terrenos são da universidade, mas dois prédios são da Arquidiocese e foram cedidos em regime de comodato para a Ufop. A Igreja venceu as ações na Justiça pedindo a devolução dos imóveis, sentença que foi confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça em agosto de 2018. Segundo a reitora, a universidade fez uma proposta pedindo mais um regime de comodato de dez anos para que novos prédios fossem construídos no terreno a fim de abrigar as atividades do ICHS, mas não foi aceita. A Ufop também convidou o Ministério da Educação (MEC) para participar das negociações. Cláudia Marliére explicou que, no entendimento da Ufop, o contrato de comodato de um dos prédios realmente terminou, mas ainda está vigente o do outro imóvel, que só venceria em 2033, logo, não deveria estar nessa ação. Isso gerou mais um impasse entre as instituições educacional e religiosa. Sobre o caso, haverá uma audiência de conciliação no dia 13 de novembro.
A participação da reitora na Tribuna Livre foi originada pelo requerimento nº247/18, do vereador Vantuir Silva (SD). “Fiz esse convite para entendermos o que está ocorrendo na universidade. Foi muito bom, porque a reitora pôde mostrar e apresentar à população o que está acontecendo. Vamos aguardar uma nova audiência para ver o desfecho: se o ICHS ficará em Mariana ou se virá para Ouro Preto. O que não pode acontecer é perdemos os cursos que são disponibilizados no instituto; buscaremos caminhos para que isso não aconteça”, reforçou Vantuir.
A reitora ainda apontou que o campus de Ouro Preto seria capaz de abrigar os alunos do ICHS se a situação realmente não for revertida; porém, o instituto seria desmembrado. No local, funcionam cinco cursos de graduação (bacharelado e licenciatura em Letras, História e Pedagogia), contando com 1040 alunos, além da pós-graduação (mestrado em História, Educação e Letras e doutorado em História).
“A reitora e o vice-reitor trouxeram esclarecimentos sobre a questão do ICHS que muito nos preocupa e criaremos uma comissão da Casa para acompanhar os trabalhos de perto, inclusive vislumbrando locais na cidade que, caso não der certo em Mariana, possam receber o ICHS em Ouro Preto, nos preocupamos em manter o instituto”, avaliou o vereador Chiquinho de Assis (PV).
Os edis ouro-pretanos declararam apoio à universidade e se prontificaram a auxiliar nas negociações com a Arquidiocese, visando especialmente a permanência do ICHS em Mariana por entenderem que seria o melhor para os alunos e para a valorização do instituto. Caso não seja possível, sugeriram possíveis espaços para a instalação do ICHS, tanto na sede como em Cachoeira do Campo. Para a reitora, “isso é muito importante, assim como foi o apoio da Câmara de Mariana e dos dois prefeitos [Duarte Júnior e Júlio Pimenta]”. Será formada uma comissão especial de vereadores na Casa Legislativa para acompanhar o caso junto à universidade e à Arquidiocese, bem como estudar locais no município que porventura possam sediar o instituto.