
Durante o evento, foram destacadas as histórias que se passaram na revolta de Vila Rica ou revolta de Filipe dos Santos e o desfecho dramático desse episódio.
O presidente da Câmara, vereador Juliano Ferreira (MDB), que é historiador, compôs a mesa e falou sobre o Parque Morro da Queimada, local que ainda guarda a memória do que aconteceu. “O Parque é uma área de preservação, um sítio arqueológico que guarda as memórias do início da exploração do ouro no Arraial do Pascoal ou do Ouro Podre, como era chamado, devido a grande quantidade de ouro que existia ali. Pascoal da Silva Guimarães, comerciante português e seu fiel partidário, Felipe dos Santos, lideraram um movimento em 1720, chamado Sedição ou Revolta de Vila Rica. Por terem participado do Movimento, o Conde de Assumar, Dom Pedro de Almeida, mandou queimar as casas de Pascoal, fato que deu o nome de Morro da Queimada e Felipe dos Santos foi esquartejado”, explicou.
Juliano ainda destacou que esse é um marco histórico em relação aos movimentos nativistas da região e é de extrema importância a preservação desse sítio arqueológico. “Inclusive estamos buscando a mudança de categoria para Monumento Natural Arqueológico do Morro da Queimada. Queremos que esse monumento seja aberto à visitação turística e fomente não só a cultura, mas a economia local”.
Em 2020, celebra-se o tricentenário da rebelião que mudou o rumo da história de Minas Gerais quando, em 1720, moradores de Vila Rica, dos morros ao seu redor, de Ribeirão do Carmo (Mariana) e de Cachoeira, desafiaram o poder do governador, o temido Conde de Assumar. “Como a Revolta de Vila Rica completa três séculos no ano que vem, também foi abordado, durante a mesa-redonda, a intenção de realizar um evento para marcar esse movimento nativista tão importante que houve aqui”, finaliza Juliano.
Além do vereador Juliano Ferreira, Luciano Figueiredo, ex-editor da Revista de História da Biblioteca Nacional e professor do Instituto de História, Yara Mattos, professora da UFOP e coordenadora do Projeto Ecomuseu da Serra de Ouro Preto e Marcia Maria Arcuri Suñer, professora da UFOP e coordenadora do Projeto Arqueologia Comunitária também participaram da mesa-redonda.