Audiência discute medidas de incentivo ao Esporte em Ouro Preto
A realização de uma Conferência Municipal de Esportes e Lazer para definir políticas públicas para o setor. A implantação do Conselho Municipal de Esportes, que foi criado há 16 anos e não saiu do
papel. A promulgação de uma Lei Municipal de Incentivo ao Esporte, similar à Lei Municipal de Incentivo à Cultura, onde empresas direcionariam os recursos de impostos pagos ao Município para investimentos em atividades esportivas. A apresentação de emendas ao Orçamento pelos vereadores, que contemplem o esporte e o lazer em Ouro Preto. Estes foram os encaminhamentos práticos apresentados ao final da audiência pública promovida pela Câmara Municipal na última
segunda-feira, 16, para discutir a situação do esporte no Município.
A audiência foi proposta pelo vereador Flávio Andrade (PV), vice-presidente da Câmara, e contou com a presença do secretário de esportes, Jaime Fortes, do presidente do Legislativo, Wanderley Rossi Kuruzu (PT), dos vereadores Leonardo Barbosa, o “Léo Feijoada” (PSDB) e Regina Braga (PSDB), de representantes da Liga Esportiva Ouropretana (Leo), do Instituto Águia de Ouro, do Ouro Preto Tênis Clube (OPTC), dos atletas e coordenadores da ginástica de trampolim do Programa Bolsa Esporte e de associações comunitárias. “Além das questões concretas, o mais
rico da audiência foi a grande representatividade que ela teve. Tenho certeza que, com essa soma de
esforços vamos conseguir oferecer ao povo de Ouro Preto uma estrutura de lazer e esportes a altura do que a cidade merece e precisa”, declarou Flávio Andrade.
O grande número de pessoas que foram à Tribuna Livre durante as reuniões ordinárias do Legislativo para reclamar da falta de investimentos da Prefeitura em projetos esportivos foi um dos principais motivos que levaram o vice-presidente da Câmara a pedir a realização da audiência. Entre as pessoas que recorreram à Tribuna Livre, estava o coordenador do programa Bolsa Esporte em Ouro Preto, professor Estácio Fonseca. Na audiência, o professor repetiu o relato das dificuldades enfrentadas pelos adolescentes que praticam ginástica de trampolim. A falta de estrutura para treinamento fez com que os atletas ouropretanos, que haviam conquistado o primeiro lugar na modalidade nos Jogos do Interior de Minas Gerais (JIMI) no ano passado, caíssem para a quarta colocação em 2006.
“Precisamos de um centro de treinamento. No último campeonato de que participamos me machuquei porque estava há três meses sem treinar direito e não pude competir. Temos capacidade, só precisamos de treinamento”, desabafou Ana Paula Santos, 14, atleta da ginástica de trampolim. Atualmente, o programa não tem dinheiro nem para comprar colchões e outros equipamentos.
A escassez de verbas destinadas à secretaria de esportes foi reconhecida pelo secretário Jaime Fortes. “A falta de verbas não é culpa nossa nem dos atletas. O prefeito e os outros secretários não podem ficar alheios às reivindicações que foram apresentadas aqui”, declarou Fortes. “Saúde , esportes e educação andam juntos. Se o esporte tivesse uma verba própria como outras secretarias, não teríamos esse problema de crianças sem treinamento”, concluiu. O secretário também acredita que a soma de esforços e a busca de parcerias representam alternativas viáveis para melhorar a estrutura esportiva de Ouro Preto. “Tenho a impressão de que, com a ajuda da Câmara e dos
deputados eleitos em nossa região, e com a dedicação da Secretaria, conseguiremos verbas para dois projetos que pretendemos concretizar no ano que vem: a construção de um galpão para a ginástica de trampolim e de um Núcleo de Esportes e Lazer para crianças e adolescentes em situação de risco social”, disse.
O redirecionamento das verbas destinadas pelo Orçamento à Secretaria de Esportes foi alvo das
críticas do vereador Leonardo Barbosa. Apesar de Orçamento para este ano, apresentado pela Prefeitura e aprovado pela Câmara, prever R$ 2.900 milhões para a pasta de esportes, até
o final de 2006 nem metade desse valor será executado pela secretaria. “Todos sabem para onde foi este dinheiro: para a Secretaria de Obras, que gastou além do que poderia gastar e foi autorizada a utilizar a verba do esporte pela Secretaria da Fazenda”, protestou “Léo Feijoada”. “É preciso que o prefeito tome providências para que isso não aconteça”, cobrou o vereador.
Foto: O secretário de Esportes, Jaime Fortes, e o vereador Flávio Andrade, autor do requerimento que pediu a audiência
Publicado por: Assessoria de Comunicação em 18/10/2006