A Comenda Beatriz Brandão foi criada em 2005 pela vereadora Crovymara Batalha (PMDB), que percebeu a necessidade de se ter uma homenagem na Casa Legislativa que tivesse um nome feminino. “Nesta edição homenageamos, por coincidência, cinco grandes educadoras. São mulheres que se destacaram pela atuação na área educacional, tanto em Ouro Preto, quanto no Estado e no país”, enfatizou a vereadora.
As agraciadas deste ano são Daliana Helena Cardoso Rodrigues Neponuceno, professora e uma das fundadoras do Coopvest; Elinor de Oliveira Carvalho, secretária adjunta da Associação dos Amigos do Museu da Inconfidência e professora; Guiomar de Grammont, escritora, dramaturga, diretora do Instituto de Filosofia, Artes e Cultura da UFOP; Ruth Silviano Brandão, escritora, tradutora e professora aposentada da UFMG; e Soraya Cecília Penna Lima, professora e diretora pedagógica da Apae. Daliana Neponuceno não pôde comparecer à cerimônia por motivos de saúde, mas foi representada por sua mãe, Maria do Carmo Cardoso Rodrigues.
De acordo com a secretária do Conselho da Medalha, Cláudia Dias Costa Pereira, pesquisadora e autora do livro Beatriz Francisca de Assis Brandão: uma poetisa brasileira do séc. XIX, “a escolha das homenageadas foi muito criteriosa e justa, porque todas são educadoras e divulgadoras das áreas de Artes, Educação e Cultura”.
Para Guiomar de Grammont, a Comenda é um reconhecimento do povo de Ouro Preto pelo trabalho que ela e as demais agraciadas realizam em relação à Educação e à Cultura. “Ao receber esta homenagem, acabamos por homenagear a todas as mulheres de Ouro Preto, a todas as mães e a todas as professoras desta cidade”, finalizou.
Beatriz Brandão
“Inovadora, transgressora, educadora, escritora, uma mulher completamente à frente de seu tempo”. Assim a pesquisadora Cláudia Pereira define Beatriz Francisca de Assis Brandão.
Nascida em Vila Rica em 1779, Beatriz Brandão faleceu no Rio de Janeiro em 1868. Poetisa, musicista e tradutora, Beatriz Brandão viveu em um panorama político tumultuado, que tinha como pano de fundo a Inconfidência Mineira. Ela ousou desafiar o rígido sistema patriarcal de seu tempo enfrentando a tirania e o preconceito de uma sociedade que discriminava a presença feminina no universo político, social e cultural. Beatriz Brandão foi uma das primeiras escritoras do Brasil a publicar textos e fundou a primeira escola para meninas de Vila Rica.